Este blog tem por objetivo compartilhar idéias e experiências nas lides benditas da Evangelização, amor de nossa atual encarnação.
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domingo, 15 de agosto de 2010

Roteiro de Evangelização: Mediunidade - Para crianças até 5 anos

Me foi pedido um roteiro de uma evangelização inteira, para crianças de 5 a 6 anos, filhos de trabalhadores da casa, que são assíduos na evangelização. Esse roteiro era apenas para servir de ilustração, ou seja, de exemplo de roteiro de evangelização.
Por isso, elaborei um bem genérico, que seja fácil adaptar à realidade das crianças pelo evangelizador.
Vamos lá.

Vamos começar pelo roteiro de estudos, que direcionarão o roteiro da prática, que estará por último.
Leia do começo!!! Por favor, não vá direto às dinâmicas e atividades. Para se entender porque foram escolhidas, é necessário entender o roteiro de estudos!!!

Roteiro de Evangelização


Tema: Mediunidade
Idade Evangelizandos: 5 e 6 anos. Filhos de Trabalhadores da Casa
Objetivo: Demonstrar que a mediunidade é uma faculdade natural e comum a todos os homens, no caso da intuição. Demonstrar a mediunidade como instrumento para o trabalho no bem. Enfatizar a questão do pensamento.

Idéia básica:
As mediunidades, tal como o dom da visão, é uma faculdade peculiar a todas as criaturas (pela intuição todos os homens são médiuns).


ROTEIRO DE ESTUDOS:

PASSAGEM EVANGÉLICA:
Mt 18.18 Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu.

BASE DOUTRINÁRIA:
Livro dos Médiuns – Cap. XXXI – Dissertações espíritas, Sobre os Médiuns, item X
Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo. Agora, que uns se comuniquem diretamente com ele, valendo-se de uma mediunidade especial, que outros não o escutem senão com o coração e com a inteligência, pouco importa: não deixa de ser um Espírito familiar quem os aconselha.
Chamai-lhe espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma, pronunciando boas palavras. Apenas, nem sempre as compreendeis.
Nem todos sabem agir de acordo com os conselhos da razão, não dessa razão que antes se arrasta e rasteja do que caminha, dessa razão que se perde no emaranhado dos interesses materiais e grosseiros, mas dessa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta a regiões desconhecidas, chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que exalta o filósofo, arroubo que arrebata os indivíduos e povos, razão que o vulgo não pode compreender, porém que ergue o homem e o aproxima de Deus, mais que nenhuma outra criatura, entendimento que o conduz do conhecido ao desconhecido e lhe faz executar as coisas mais sublimes.
Escutai essa voz interior, esse bom gênio, que incessantemente vos fala, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião, que do alto dos céus vos estende as mãos. Repito: a voz íntima que fala ao coração é a dos bons Espíritos e é deste ponto de vista que todos os homens são médiuns.
Channing.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS
INTRODUÇÃO, IV
As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.

OBRAS SUBSIDIÁRIAS

LIVRO: O CONSOLADOR
382- Qual a verdadeira definição da mediunidade?
-A mediunidade é aquela luz eu seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra.
A missão mediúnica se tem os seus percalços e as suas lutas dolorosas, é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus filhos misérrimos.
Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo.
383 –É justo considerarmos todos os homens como médiuns?
-Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos. Na atualidade, porém, temos de reconhecer que no campo imenso das potencialidades psíquicas do homem existem os médiuns com tarefa definida, precursores das novas aquisições humanas. É certo que essas tarefas reclamam sacrifícios e se constituem, muitas vezes, de provações ásperas; todavia, se o operário busca a substância evangélica para a execução de seus deveres, é ele o trabalhador que faz jus ao acréscimo de misericórdia prometido pelo Mestre a todos os discípulos de boa-vontade.

CONCLUSÃO:
• Comparada com a nascente e o rio, vemos na mediunidade a fonte inesgotável da influência espiritual entre os homens e no Espiritismo vemos o rio a canalizar disciplinadamente esta mesma fonte para produzir sempre mais e o melhor em favor da Humanidade.
• Não é este ou aquele tipo de mediunidade que nos distingue, mas o uso que dela fazemos, pois esta faculdade nos é concedida para nos habilitar a estender o Bem, a começar de nós mesmos.
• O objetivo final da prática mediúnica deve ser, portanto, a vivência do Evangelho de Jesus entre os homens.

ROTEIRO DE EVANGELIZAÇÃO:

Dinâmica:

Levaremos muitos potes, tamanhos diversos, com suas respectivas tampas e colocaremos na sala, todos destampados. A integração será as crianças, juntas, acharem as tampas para cada pote e tampá-los.
O objetivo é fazer uma analogia entre o encaixe das tampas e o “encaixe” de pensamento. Nós atraímos com nosso pensamento o “encaixe” que desejamos. Se nossos pensamentos são bons, proveitosos, ligados ao evangelho de Jesus, o “encaixe” será sempre positivo.
Também falaremos de nosso mentor espiritual. Para que o nosso pensamento e o dele possam se “encaixar” melhor, o que será necessário.

EXPOSIÇÃO:
Introduziremos então, a parte expositiva.
Levaremos várias figuras de virtudes comuns às crianças, todas ilustradas: Obediência, alegria, amizade, trabalho, verdade, respeito, etc. Estas virtudes estarão escondidas na sala de evangelização e as crianças deverão achar, de maneira que possamos fazer uma analogia sobre as virtudes que temos em nós, às vezes até escondidas, mas que devemos desenvolver, com esforço e perseverança.
Com ajuda das crianças, nós faremos um grande cartaz de virtudes que nos auxiliam a atrair outros pensamentos bons, sejam de encarnados ou desencarnados.
Falaremos também da importância da prece como uma “ponte” de conexão com os bons espíritos e como meio eficaz de se melhorar a qualidade de nossos pensamentos.

REFERÊNCIA PRÁTICA: Contaremos a história abaixo, do livro Estante da Vida, Cap. 8

8 - O MENSAGEIRO DA ESTRADA
Mediunidade a serviço dos semelhantes!
Diz você que isso custa caro, e fala em renúncia e problemas pessoais. Mas, esquecer-se-á você dos benefícios que os dotes medianímicos trazem a todos aqueles que os mobilizam na extensão das boas obras? Olvidará quantas vezes a empresa do bem lhe arrebatou o coração às garras do mal? Pense nisso, meu caro missivista, e não atire fora as suas vantagens que superam de muito os obstáculos que, porventura, lhe estorvem a vida.
A esse respeito, conto a você, em versão nova, uma lenda antiga que corre o mundo cristão, desde longo tempo.
***
Certo homem, que se reencarnara a fim de educar-se em duras provas, quais sejam enfermidades, abandono e solidão, montou a choupana que lhe serviria de casa à beira de estrada deserta e poeirenta, a cavaleiro de fundo vale, onde uma fonte permanente mantinha no chão seco larga faixa de verdura.
Viajores iam e vinham e, fôssem eles ocupantes de carruagens, ou simplesmente pobres romeiros a pé, ei-los que paravam junto ao casebre, contentes e agradecidos por encontrarem, ali, com o homem solitário, uma bênção muito rara na região: a água pura.
O ermitão, em demonstrações de bondade incessante, várias vezes, diariamente, descia a encosta agressiva até o manancial e enchia o cântaro, regressando vereda acima, tão só no intuito de oferecer água cristalina aos viajantes diversos.
Na faina de auxiliar, entrou em contacto com um Espírito angélico a quem o Senhor incumbira de velar por todos os que transitassem pela extensa rodovia, e o eremita, profundamente emocionado e feliz, passou a chamar-lhe Anjo da Estrada.
Estabeleceu-se para logo, entre os dois, suave convívio. Nenhum dos passantes lhe via o celestial companheiro; entretanto, para o solitário, aquele benfeitor espiritual se transformara em presença sublime. Se cansado, eis que o Anjo lhe restaurava asenergias; se doente, recebia dele o remédio salutar. Se triste, recolhia-lhe as exortações confortativas e, quando em dúvida sobre doenças e dificuldades naturais do cotidiano, tomava-lhe as sugestões tocadas de amor. O Amigo do Céu descia com ele até à fonte, tantas vezes quantas fôssem necessárias, ajudava-o a transportar o grande vaso cheio, narrava-lhe histórias das Mansões Divinas, recobria-lhe a alma de tranqüilidade e júbilo sereno.
O tempo rolou e trinta anos dobraram sobre aquela amizade entre duas criaturas domiciliadas em mundos diferentes.
A estrada era sempre uma estalagem da Natureza, albergando viajores que se renovavam constantemente, mas o ermitão, conquanto satisfeito, mostrava agora a cabeleira branca e os ombros caídos.
Certa feita, um homem prático, de passagem pelo lugar, em lhe enxergando a cabeça vergada ao peso do cântaro bojudo, observou-lhe, conselheiral:
- Amigo, porque um sacrifício assim tão grande? Não seria melhor e mais justo transferir a casa para a fonte, ao invés de buscar a fonte para casa?
O doador de água estremeceu de alegria. Como não pensara nisso antes? Da idéia à realização mediaram poucos dias... No entanto, em carregando o velho material da velha choca para a reentrância do vale, ei-lo que vê o amigo angélico em lágrimas copiosas...
- Anjo bom, porque choras?
E a resposta veio célere:
- Pois, então, não percebes? Concedeu-me o Senhor a tarefa de proteger as vidas de quantos se arriscaram na estrada... Enquanto lá te achavas, oferecendo água límpida aos que viajam com sede, tinha eu a permissão de trocar contigo as bênçãos da amizade.
Mas agora... Se preferes o menor esforço, é forçoso que eu me resigne a distância de ti, esperando que alguém se decida a cooperar comigo, junto dos viajores que me cabe amparar na condição de zelador do caminho!...
O eremita não hesitou. Suspendeu a mudança, tornou ao lugar primitivo, retomou a sua venturosa paz de espírito ao pé da multidão anônima a que prestava serviço, e preferia trabalhar e ser feliz, em companhia do mensageiro celeste. Com quem partiu para o Mais Além, no dia em que lhe surgiu a morte do corpo.
***
Como é fácil de ajuizar e de ver, meu caro amigo, abençoe a sua possibilidade de dessedentar os peregrinos da romagem terrestre com as águas puras de fé viva, esclarecimento, pacificação e consolo, sem se fixar nos eventuais sacrifícios que isso lhe custe. Você compreenderá, um dia, que vale muito mais livrar-se alguém de aflições e tentações, junto dos Espíritos Benevolentes e Amigos, que viver à conta de nossas próprias imperfeições das existências passadas, e que é muito melhor desencarnar sofrendo, mas servindo ao próximo, em favor da própria libertação espiritual, que ter de acompanhar o desgaste repelente do corpo, a pouco e pouco, em facilidade e descanso, para afundar, de novo, no momento da morte, na corrente profunda de nossas paixões e desequilíbrios.

ATIVIDADE:
Levaremos um grande painel contendo uma cidade no plano físico e outra no plano espiritual, e a passagem do evangelho selecionada. Este painel, parte inferior, ou seja, plano físico, contém pessoas em várias situações: estudando, cantando, doente, alegre, chorando, trabalhando, doente. etc. Na parte de cima, ou seja, plano espiritual, contém professor, médico, gente estudando, cantando, consolando, etc. E acima de tudo, uma figura representando Jesus.
A título de ilustração, o cartaz será mais ou menos assim:

Vamos levar as crianças até o cartaz e dizer novamente que nosso pensamento faz conexão, encaixe com outros pensamentos. Então, mostrando cada pessoa no plano físico, perguntaremos as crianças com quem, no plano espiritual, o pensamento dela vai fazer conexão. Levaremos barbante para fazer as “ligações”. Ajudaremos as crianças a pensar nessas ligações. Por exemplo, quem está triste, faz ligação com quem está triste também, mas também faz ligação com quem quer consolar. Quem está estudando, faz ligação com quem está estudando também, mas também com quem está ensinando... E depois, ligaremos Jesus a todos.
Como atividade auxiliar, pode-se fazer esse cartaz, em tamanho de uma folha, mas com outras situações além das do cartaz maior, e dar a criança os barbantes para ela fazer as ligações.
Como crianças dessa idade são muito dinâmicas e cansam-se rapidamente de atividades, como plano C, poderemos levar a história contada em forma de livrinho ilustrado, para a criança colorir e levar para casa. Servirá também como lembrancinha.

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