Você tem na sala uma criança que não gosta de entrar? Ou aquela que até chora na hora da evangelização? Quem sabe aquela criança que te pergunta de 5 em 5 minutos se já está acabando e faz cara de enfadonha quando você diz que não? Ou aquela que pede para ver a mãe? Sabe aquela criança que diz “Ainda Bem” ou “Graças a Deus” quando acaba o tempo da evangelização e sai como um relâmpago? Sabe aquela criança que fica de costas, embaixo da mesa, ou tampa os ouvidos? Aquela que pede para ir no banheiro toda hora? Ou aquela que apronta todas, perturbando sua aula? Quem sabe aquela outra que não faz absolutamente nada do que você pede e, se faz, faz tudo ao contrário?
Você sabe do que estou falando? Hum? Tem uma dessas crianças na sala?
Se tiver, seus problemas se acabaram-se! Rsrs
Implanta o trabalho de oficina, menina(o)!
Se a criança está assim, é porque ela exige uma didática diferenciada para acompanhar a evangelização. Vamos parar de colocar a culpa nos obsessores ou desencarnados. E mesmo que seja o caso, é obrigação do evangelizador lidar com estas situações e se adequar aos casos, ainda que sejam casos particulares.
Vou contar o caso: eu tive uma turma de crianças de 3 a 6 anos de idade. Filhos de espíritas, trabalhadores da casa.
A maioria dos evangelizadores que conheço, tem um certo “pânico” de evangelizar crianças pequenas.
O temário do ano era todinho com Parábolas e Ensinamentos de Jesus. Evangelho! Não consigo compreender bem o porquê de as pessoas dizerem que é muito difícil dar uma evangelização com temática predominante de Evangelho. Foi o temário mais gostoso de trabalhar que já peguei. Claro que o objetivo era enfocar os princípios doutrinários também em todas as aulas, mas foi elaborado para atender essa “deficiência” de moralização que os espíritas temos. As crianças em questão, sabiam de cor os 15 princípios, mas estavam necessitadas de conjugá-los com a moral do Cristo.
Então, em uma das aulas, que era sobre a parábola da pérola:
“Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.” – Mateus 13:45 e 46
Fiz o seguinte, com antecedência: arrumei emprestado uma piscina daquelas de 500 litros, sabe? E arrumei patrocínio para comprar as bolinhas, com patrão, amigos, coordenador, eu mesma... Em uma loja dessas de 1,99 tinha uns pacotes com 10 bolinhas, e o preço saía mais barato que comprar o pacotão. Então ganhei um monte de pacote de bolinhas.
Fui ali no Mercado Central e comprei um monte de conchinhas. Dessas aí, ó:
Fui numa loja de aviamentos de bijuterias e comprei umas “pérolas” graúdas e bonitonas. Fiz uns papeis com figuras de boas atitudes, como obediência, amizade, trabalho, benevolência, carinho... Todas ilustradas e escritas. Dobrei bem dobradinho, peguei também a pérola e coloquei na “ostra” que eram duas conchinhas coladas com cola não muito resistente para a criança conseguir abrir.
Levei uma “ostra” feita com conchinhas maiores, uma pérola grande para minha exposição.
Levei a parábola ilustrada. E também uma história que está em um dos livrinhos da série “Grãos de Mostarda” (se quiser adquiri-los, aqui em BH é só ir na União Espírita Mineira que acha) que conta sobre um viveiro de ostras que eram muito bem tratadas, mas um dia o dono colocou uma pedrinha dentro de cada uma delas, provocando sofrimento. E a ostra que aceitou e teve paciência, produziu uma linda pérola. O livro vem com as gravuras para colorir. É só tirar Xerox em tamanho maior, colorir e levar.
Levei ilustrações ostras e pérolas.
Arrumei emprestado um Kit de mergulho e uma bóia.
Enchi a piscina de bolinhas, colocando as ostrinhas por baixo.
Fiz um cartazão decorado, desenhado, escrito: “As pérolas que podemos achar em nós”.
As crianças chegaram e contei a história. Mostrei as imagens, falei de como a pérola se forma a partir de uma “sujeirinha” incômoda. Mostrei a ostra e contei a parábola, fazendo a analogia.
Então, disse que iríamos pescar também as pérolas. Vesti a cada uma com o Kit e a bóia (para fazer a analogia da preparação) e cada uma mergulhou na piscina e trouxe uma ostra. Cada criança abria sua ostra, e me mostrava a figura, explicando para mim o que era e como adquirir aquele tesouro. Vocês se surpreenderiam com as respostas das crianças.
Cada criança colou no cartaz a boa atitude encontrada e ficou com a ostra e a pérola de lembrança.
Claro que as crianças se empolgaram com a piscina, mas nada que não esteja dentro do normal da idade.
Será que eu preciso dizer que as crianças amaram? Foi muito bom!
Durante um bom tempo as crianças falaram sobre as pérolas com seus pais. E sabiam fazer a analogia entre o abstrato e o prático, dentro do limite de cada um.
Para terminar, dizemos que realmente dá um certo trabalho fazer aulas assim, mas o que, nesse mundo que, sendo bom, não dá trabalho? E, ao analisarmos o resultado, chegamos à conclusão que valeu cada esforço!
Xô, preguiça! Sai de mim, desânimo! Vai embora, pessimismo! Sou evangelizador e, portanto, um trabalhador. E trabalhadores são aqueles que ama o trabalho!
2 comentários:
OI, EU DE NOVO ESTOU COM DIFICULDADES DE AULAS PARA OS PEQUENOS DE 2 A 4 ANOS E PRÉ-MOCIDADE. VC PODE ME AJUDAR?
admeaxavier@yahoo.com.br
Parabéns por essa aula, deve ter ficado sensacional!!
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